EM CASO EXTREMO BRASIL SE PREPARA
O alinhamento do Brasil com os Estados Unidos na escalada do conflito com o Irã, país acusado de patrocinar o terror internacional, reacende a discussão: as forças de segurança brasileiras estão preparadas para prevenir ações terroristas?
Pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi acredita que é pouco provável que o Brasil seja alvo de um atentado terrorista. Mas ele alerta que o país não está preparado para lidar com ações dessa natureza.
Pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi acredita que é pouco provável que o Brasil seja alvo de um atentado terrorista. Mas ele alerta que o país não está preparado para lidar com ações dessa natureza.
“A gente tem nenhuma [expertise]. Prevenir atentados terroristas é muito difícil. E, para investigar, a gente tem know how pequeno”, afirma.
Coordenador-geral de Combate ao Crime Organizado do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Wagner Mesquita concorda que o Brasil não é um alvo preferencial do terrorismo. Mas garante que o país está pronto para atuar em caso de suspeita de terrorismo.
"Não existe uma ameaça objetiva, mas não podemos baixar a guarda e achar que isso está muito longe”, diz Mesquita. “Estamos preparados para qualquer situação. As ferramentas estão prontas, estamos acompanhando as movimentações [de potenciais ameaças].”
Mesquita cita a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro como exemplos do preparo brasileiro para lidar com o assunto.
“Nós tivemos eventos internacionais aqui no Brasil recentemente. Houve uma atividade forte de inteligência antes e um acompanhamento durante os jogos no Rio de Janeiro e outras capitais. E não tivemos nenhum incidente sequer – nem de manifestações de grande monta, nem de conflitos étnicos, nem de manifestações políticas", diz Mesquita.
"Então o sucesso dos jogos internacionais mostra que a gente está dentro de uma comunidade internacional, que faz enfrentamento a ações terroristas.”
Pouco antes da Olimpíada do Rio, aliás, integrantes de uma célula terrorista suspeita de ligação com o Estado Islâmico foi presa no Brasil por planejar ataques durante os jogos. Apesar do sucesso da ação antiterror, as próprias autoridades brasileiras reconheceram que o grupo era amador."