Um gigante do movimento abolicionista
Conhecido na literatura secular como o " patrono do abolicionismo", José do Patrocínio foi um homem que viveu além do seu tempo.
Sendo filho de um vigário e de uma escrava, o menino Zeca como assim era chamado, não usurpou pra si, o direito de escravizar seus pares, pelo contrário lutou ferrenhamente para liberta-los.
Patrocínio fez parte do seleto grupo de intelectuais do século XIX e ajudou a princesa Isabel na assinatura da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888.
ABOLICIONISTAS
Nascido no ano de 1853 no Rio de Janeiro, o menino não fora registrado em cartório por seu pai, o padre João Carlos Monteiro. Todavia José teve no início da infância um tratamento como os filhos dos nobres da época.
CASA ONDE VIVEU PARTE DA INFÂNCIA
As regalias sempre estiveram a seus pés quando menino. O filho do Cônego, até a mesa para fazer as refeições sentava.
Tinha cavalo selados a sua disposição. Esse tratamento para alguns escritores, fez com que ele esquecesse de sua verdadeira origem.
Certa vez bateu com o cabo do chicote na cabeça de um velho escravo. A partir daí sua mente mudou e o garoto passou a lutar pela liberdade dos negros.
Sua relação com o pai foi ficando cada vez mais difícil, a ponto do pai arranjar-lhe um emprego, para que ele não se tornasse um agitador político.
CARICATURA DA ÉPOCA
NEGRO SENDO AÇOITADO
O rapaz começou a trabalhar como servente de pedreiro, porém o jovem ganhava muito pouco, mal dava para se sustentar. José se viu em algum momento de sua vida sem ter se quer onde morar.
O símbolo da abolição estava nas ruas, quando foi acolhido pelo Dr. Batista dos Santos, futuro Barão de Ibituruna.
Com muita luta entra na faculdade de medicina no curso de farmácia, mas se destaca mesmo como jornalista. Chega a escrever em alguns jornais daquele período
JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO COM AMIGOS JORNALISTAS.
A luta entre abolicionistas e escravocratas era ferrenha e Patrocínio passa boa parte de sua vida escrevendo artigos, poemas e críticas contra a escravidão.
DESFILE DE DEODORO. 1° PRESIDENTE DO BRASIL.
O herói da abolição casou-se com Bibi, e mantinha com recursos próprios, uma escola completamente gratuita para cerca de quarenta crianças pobres de onde morava.
Tinha uma cultura invulgar e desejava a liberdade para todos. Queria ver um Brasil novo onde a educação fosse prioridade como nos países europeus.
Assim partiu para outra vida um dos maiores da abolição. No dia 29 de janeiro de 1905 ele entregaria seu último artigo no jornal o PAÍS.
"Dessa forma calou-se o tumulto feito homem".(Araripe Júnior.)
Fonte: biografia dos grandes brasileiros. ( V17)
